Pioneira na TV, cinema e no teatro, a atriz é considerada a primeira artista negra a ganhar projeção nacional e internacional com seu trabalho.
O pioneirismo e legado de
Ruth de Souza
fotografia: Memória Cinamatográfica BrasileiraPOR: Victor lacerda
Nascida em 12 de maio de 1921, na cidade do Rio de Janeiro, Ruth Pinto de Souza é considerada uma das maiores referências da dramaturgia brasileira e reconhecida por abrir portas para muitos outros artistas negros.
fotografia: Memória Cinamatográfica Brasileira
Seus olhos voltaram à arte ainda pequena, quando era levada por sua mãe para assistir filmes, peças e operetas no antigo Cine Americano. A mesma de quem recebeu apoio e incentivo para interpretar e ganhar as telas e palcos, o que fez com Ruth já pensasse no que seria, posteriormente, a sua vocação.
FOTOGRAFIA: MEMÓRIA CINAMATOGRÁFICA BRASILEIRA
Os primeiros passos para interpretar começaram após assistir a uma reportagem que divulgava uma chamada de elenco para o Teatro Experimental do Negro - uma companhia teatral brasileira, que atuou entre os anos de 1944 e 1961.
FOTOGRAFIA: MEMÓRIA CINAMATOGRÁFICA BRASILEIRA
Em maio de 1945, Ruth consegue ingressar no TEN e desenvolver a sua vocação. Aos 17 anos, a jovem atriz já integrava a companhia e participava da sua estreia no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
FOTOGRAFIA: MEMÓRIA CINAMATOGRÁFICA BRASILEIRA
Junto ao experimental, participou de diversas montagens teatrais, como ‘O Imperador’ e ‘Todos Os Filhos de Deus Têm Asas’, com textos de autores consagrados da época, como o do norte-americano Eugene O’Neill.
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Já em 1947, Ruth de Souza realizou seu primeiro trabalho já com o título de atriz profissional. O marco na carreira foi possível após a sua interpretação na peça ‘Terras do Sem Fim’, um texto de Jorge Amado com adaptação para os palcos e com direção de Zigmunt Turkov.
FOTOGRAFIA: MEMÓRIA CINAMATOGRÁFICA BRASILEIRA
No mesmo ano que recebeu o título de profissional das artes, Ruth já era reconhecida e conquistou o Prêmio Revelação por sua interpretação na peça ‘O Filho Pródigo’, montagem dirigida por Abdias Nascimento
FOTOGRAFIA: MEMÓRIA CINAMATOGRÁFICA BRASILEIRA
E o reconhecimento não parou por aí. Sua versatilidade ao interpretar a levou às telas de cinema, participando do elenco de títulos como ‘Sinhá Moça’ (Tom Payne). A obra lhe deu projeção fora do país, tendo indicação ao prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival de Veneza, em 1954, tornando-se a primeira brasileira a disputar um prêmio internacional.
FOTOGRAFIA: MEMÓRIA CINAMATOGRÁFICA BRASILEIRA
No Brasil, o maior prêmio nacional foi recebido 50 anos depois. Junto com com a atriz Léa Garcia, Ruth de Souza recebeu o Kikito de melhor atriz pelo Festival de Cinema de Gramado após a sua atuação no longa-metragem ‘Filhas do Vento’, dirigido por Joel Zito de Araújo.
FOTOGRAFIA: reprodução
Na mesma época, a atriz já completava também 50 anos dedicados à televisão, onde passou a maior parte de sua carreira na TV Globo.
Vídeo: acervo tv globo
Na emissora, Ruth atuou em mais de 30 novelas, incluindo títulos de grande audiência, como ‘O Bem-Amado’ (1973), ‘Helen’a (1975) e na primeira e segunda versão de ‘Sinhá Moça’ (1986 e 2006).
Vídeo: acervo tv globo
Seu último trabalho foi, ainda na casa, com a minissérie ‘Se Eu Fechar Os Olhos Agora’, do diretor Carlos Manga Jr., em 2019. No mesmo ano, Ruth ainda foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz, durante o primeiro dia de desfile do grupo especial.
FOTOGRAFIA: Roberto Filho / Brazil News
Seu falecimento ocorreu no dia 29 de julho do mesmo ano, após dar entrada no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, para cuidar de uma pneumonia.
FOTOGRAFIA: Memorial da América Latina
Aos 98 anos, a atriz foi velada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, deixando um legado atemporal à arte nacional e negra.
FOTOGRAFIA: Memorial da América Latina
TEXTOS Victor Lacerda Nataly Simões
IMAGENS Memória Cinematográfica Brasileira/ Memorial da América Latina/ Roberto Filho - Brazil News/ Acervo Globo