Como a lógica racista pode intensificar conforme o tom da pele?
precisamos falar sobre
colorismo
colagem: I'sis almeida/alma preta - adaptação de imagens da netflixPOR: Giovanne ramos
O termo colorismo remete ao modo como o tom da pele determina que a pessoa tenha privilégios e acesso facilitado nos espaços sociais; quanto mais preta a pessoa for, mais dificuldades ela terá.
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O conceito foi usado pela primeira vez em 1982, no ensaio de Alice Walker ‘If the Present Looks Like the Past?”, publicado no livro 'In Search of Our Mother 's Garden'.
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De acordo com os moldes da estrutura social racista, quanto menos traços negros uma pessoa tiver e quanto mais clara for a sua pele, mais e melhor aceita ela será em diversos grupos.
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É como se ser negro fosse um crime, só pela pessoa existir. E, à medida em que as características raciais forem mais fortes, menores serão os direitos que lhe serão concedidos.
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Mas vale ser ressaltado que, apesar do nível de pigmentação da pele de uma pessoa determinar o grau de exclusão ou discriminação que ela receberá, ela nunca será aceita como uma pessoa branca.
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A doutora em História Social Giselle dos Anjos Santos, classifica o colorismo como uma questão que vem sendo trazida desde o passado colonizador do país.
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- GÉSSICA LEINE
“Nossa constituição foi realizada a partir de práticas sociais que tendiam a considerar a miscigenação como um equívoco e que colocava os mestiços num patamar inferior ao do homem branco”.
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Ainda assim, segundo Giselle, os homens brancos colocavam os mestiços em lugares e lhes dava oportunidades que eram negados aos negros retintos.
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Por esse lado, enxergar a prática da miscigenação como um referencial positivo da identidade brasileira é, na verdade, mascarar um processo de violência e subalternização de corpos negros.
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De alguma forma, por conta desse histórico, a população não-branca de pele mais clara pôde possuir algumas vantagens sociais e foi intencionalmente incentivada.
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Um exemplo do colorismo: em uma festa, as pessoas negras de pele retinta são barradas na porta; as de pele mais clara ou pardos, podem entrar. Mas essas pessoas jamais terão acesso à área vip.
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No contexto brasileiro, algumas questões têm de ser levadas em consideração para entender o colorismo, como a eugenia e a miscigenação, processos que contribuíram para um embranquecimento no Brasil.
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Não se pode olhar para a miscigenação sem ignorar o processo de crueldade contra o negro e o próprio mestiço, usados para justificar uma 'democracia racial', que na realidade não existe.
Ainda não foram criadas ações afirmativas sobre o colorismo, mas já é possível perceber uma movimentação de figuras, movimentos e coletivos étnico-raciais que discutem suas problemáticas.
foto/simulação: alma preta
TEXTOS Giovanne Ramos
IMAGENS Ceará Criolo UOL Ellen Soares/GShow Mendes Wood DM Negrotti