Tereza de Benguela representa o 25 de Julho no Brasil, Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Ela foi a liderança do Quilombo de Quariterê durante o século XVIII.
tereza de benguela
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COLAGEM: i'SIS ALMEIDApor: caroline nunes
Tereza de Benguela viveu durante o século XVIII no Vale do Guaporé, no Mato Grosso, e foi a maior liderança do Quilombo do Quariterê, hoje município de Vila Bela da Santíssima Trindade, há 548 km da capital do estado, Cuiabá.
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Tereza coordenou o maior quilombo do Mato Grosso, que resistiu às ações de bandeirantes de 1730 a 1795, quando o espaço foi atacado e destruído a mando da capitania regional. As decisões tinham a participação do seu companheiro, José Piolho, morto por soldados.
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O quilombo foi o ambiente perfeito para Tereza coordenar um forte aparato de defesa e articular um parlamento para decidir em grupo as ações da comunidade, que vivia do cultivo de algodão, milho, feijão, mandioca, banana, e da venda dos excedentes produzidos.
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O Quilombo do Quariterê abrigava mais de 100 pessoas, com destacada presença de negros e indígenas. Todos conviviam juntos sob a coordenação da Rainha Tereza, como ficou conhecida em alguns registros históricos.
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A morte de Tereza ainda é controversa: uma versão diz que ela se suicidou depois de ser capturada por bandeirantes por volta de 1770, e outra afirma que a quilombola foi assassinada e teve a cabeça exposta no centro do quilombo.
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O que se tem conhecimento é que alguns quilombolas conseguiram fugir depois do ataque dos bandeirantes e restituir o espaço, que foi novamente vítima de ação da capitania do Mato Grosso em 1777 e dizimado de maneira definitiva em 1795.
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A história de Rainha Tereza é muito presente no imaginário da região, onde a oralidade garante a permanência do mito que ela foi. Moradores da Vila Bela da Santíssima Trindade contam que Tereza navegava com barcos imponentes pelos rios do pantanal.
COLAGEM E SIMULAÇÃO: I'SIS ALMEIDA
A quilombola também foi eternizada nos versos da escola de samba Unidos do Viradouro, com o enredo da agremiação de 1994, cujo título é “Tereza de Benguela – Uma Rainha Negra no Pantanal”.
FOTO REPRODUÇÃO: CARNAVAL N1
Desfile da Unidos do Viradouro em 1994. Carnavalesco: João Trinta.
reprodução: Canal de Daniel Marques no youtube
Em 1992, na cidade de Santo Domingo, República Dominicana, instituiu-se 25 de Julho como o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. A data visa destacar a resistência das mulheres negras em toda a América Latina e a luta contra o racismo e o machismo.
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O Brasil só adotou a data no calendário oficial da nação em 2 de Junho de 2014, o que tornou o país o último a celebrar o dia de maneira oficial.
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A lei 12.987, de autoria da ex-senadora Serys Slhessarenko, escolheu por homenagear o 25 de Julho com o nome da líder quilombola do Mato Grosso e transformar a data no Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.