A história de Aqualtune se inicia no continente africano, no Congo, no século XVI. Era princesa, filha do rei Mani-Kongo e respeitada pelo papel que desempenhava nas terras congolesas.
fotografia: marc ferrez
Após seu reino ser derrotado na Batalha de Ambuíla, o conflito contra as forças angolanas e portuguesas pelo controle do território de Dembos, que separava Angola e Congo, veio para o Brasil.
imagem: the city of loango
Segundo historiadores, Aqualtune liderou 10 mil pessoas durante a invasão contra o seu reino, entretanto, a resistência não foi capaz de frear as forças angolanas e os interesses portugueses.
ilustração: vinícius de araujo
Ao fim da guerra, seu pai foi decapitado e ela foi capturada pelo exército português. Junto de seus compatriotas, Aqualtune foi vendida para os senhores de escravos brasileiros.
ILUSTRAÇÃO: REI DO CONGO | ARQUIVO WORLD HISTORY
No Recife, foi vendida como escrava reprodutora para uma fazenda em Porto Calvo, no Pernambuco, onde foi estuprada para dar origem a novos cativos de acordo com os interesses dos senhores de escravos
GRAVURA: navio negreiro | RUGENDAS
Ao ouvir falar pela primeira vez da resistência negra no Brasil, nos quilombos, Aqualtune se reuniu com outros escravos, lutou pela liberdade e fugiu da fazenda onde estava aprisionada.
GRAVURA: jogo de capoeira | RUGENDAS
Mesmo no Brasil, a popularidade da princesa guerreira era grande. Seu passado e sua realeza foram importantes para que em Palmares ela assumisse novamente uma posição de liderança.
fotografia: ALBERTO HENSCHEL
A partir das tradições de sua cultura, no reino em Congo, Aqualtune comandou o maior Quilombo da história brasileira, o quilombo dos Palmares, entre os anos 1630 e 1650.
GRAVURA: HABITAÇÃO DOS NEGROS | RUGENDAS
Com o passar dos anos tornou-se mãe. Seu filho e herdeiro veio a ser conhecido como Ganga Zumba. Tempos depois tornou-se avó. E seu neto era nada mais nada menos que Zumbi dos Palmares.
pinturA: zumbi | antônio parreiras
O fim de sua vida é incerto. Relatos apontam que aconteceu depois de anos como forte liderança da resistência negra local. Há quem diga que fugiu e viveu seus últimos dias em paz em outra comunidade.
ilustração: stefany lima
Outra teoria afirma que ela morreu durante uma emboscada paulista para destruir o Quilombo dos Palmares, durante um incêndio, por volta de 1677.
pinturA: A GUERRA DE PALMARES | MANOEL VICTOR FILHO
Pouco lembrada pelos livros e pelas escolas do Brasil, Aqualtune foi uma figura importante para a resistência afro-brasileira no período colonial, um símbolo de luta diante do sistema escravocrata.
FOTOGRAFIA: MANCHA VERDE NO CARNAVAL DE SÃO PAULO 2019