Ele prega minha morte e vende meu extermínio, diz vereadora após tentativa de agressão
Vereador Douglas Gomes (PTC) provocou tumulto em sessão na Câmara Municipal de Niterói (RJ) durante fala de Benny Briolly, que é negra e trans; entenda o caso
Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Reprodução

- Introdução:
Vereador Douglas Gomes (PTC) provocou tumulto em sessão na Câmara Municipal de Niterói (RJ) durante fala de Benny Briolly, que é negra e trans; entenda o caso
Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Reprodução
Uma sessão da Câmara dos Vereadores de Niterói (RJ) teve que ser interrompida na quinta-feira (25) por conta de uma tentativa de agressão e tumulto provocado pelo vereador Douglas Gomes (PTC) durante a fala da vereadora Benny Briolly (PSOL), que questionava o fato do colega ser um crítico dos defensores dos Direitos Humanos, das pautas identitárias e fazer parte da comissão de Direitos Humanos da Casa.
Douglas tentou diversas vezes interromper a parlamentar negra e trans, tirar a concentração dela mostrando uma tela de celular próximo do seu rosto e quando teve a palavra fez chacotas, desrespeitou a orientação sexual da colega e falou diversos palavrões, chegando ao ponto de ter que ser contido. Benny teve uma crise de ansiedade e precisou ser medicada.
Segundo a vereadora, além dos crimes de transfobia e racismo, houve uma tentativa de agressão física. A equipe dela fará uma representação oficial pedindo a punição do vereador no Conselho de Ética e fará também um boletim de ocorrência na Polícia Civil. As imagens da confusão foram publicadas nas redes dos dois vereadores.
“A atitude do vereador é inaceitável. Não é só ódio nas palavras colocadas. Ele incita o ódio contra mim nas ruas, nas redes sociais, ele prega a minha morte, ele vende o meu extermínio", conta a vereadora Benny à Alma Preta.
No Instagram, o vereador reagiu dizendo que foi ele a vítima. “Todos sabem que o PSOL vive de mentiras, certo?”, escreveu. Tanto na postagem quanto nas falas de ontem, Douglas insiste no uso do gênero masculino para se referir à vereadora que é uma mulher trans.
No período eleitoral de 2020, Benny Briolly foi ameaçada em uma página de simpatizantes de movimentos conservadores no Fecebook. A ameaça de morte foi relatada à polícia.
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