O assassinato do artista visual baiano Jailson Galdino de Souza Santos, o Scank, ocorrido na madrugada de 13 de fevereiro de 2020, enquanto pintava um muro na região do Imbuí, em Salvador (BA), completou um ano sem qualquer resposta à familia e à sociedade. Entre as ações realizadas para lembrar a morte do artista está um mural em Tubinga, na Alemanha, onde a vítima e sua mãe Nice são retratadas por El Ninõ e outros artistas alemães.
A homenagem será permanente, pintada em um centro cultural, que foi ocupado em 1972 por jovens artistas e militantes e considerado um espaço histórico para a cultura e as lutas juvenis alternativas e anti autoritarismo da cidade alemã.
Para a mãe de Scank, Nice Galdino, a não resolução do crime que tirou a vida do filho um ano atrás se trata de descaso e falta de interesse do poder público com o assassinato de um jovem negro. Além da homenagem na Alemanha, amigos e familiares de Scank lançaram no dia 13 de fevereiro uma exposição virtual com a obra do artista.
Manter vivo o nome da vítima é parte do projeto de memória que vem sendo realizado pela família. No ano passado, em entrevista à Alma Preta, Nice contou que passou a pintar camisas com o letrado de picho desenvolvido por Scank, como forma de perpetuar o legado artístico do filho. A exposição está hospedada no site www.scank.com.br.
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