Sequestro de 344 pessoas conteceu no dia 11 de dezembro em um internato na cidade de Kankara; governo suspeita que a ação foi planejada pelo grupo Boko Haram
Texto: Redação I Edição: Nataly Simões I Imagem: Governo da Nigéria
No dia 11 de dezembro, homens armados com metralhadoras AK-47 invadiram uma escola na cidade de Kankara, no estado de Katsina, e sequestraram cerca de 500 estudantes, além de saquear todo o internato, que funcionava numa zona rural. No dia 17, o governo da Nigéria anunciou que 344 crianças sequestradas foram localizadas e resgatadas no noroeste do país, região onde fica o internato.
Parentes e amigos das crianças sequestradas fizeram uma série de protestos no país. Na internet foi criada a campanha #BringBackOursBoys, algo como “tragam nossas criancinhas de volta”.
Já no dia 18 o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, afirmou que ataques a escolas são uma grave violação dos Direitos Humanos. Em entrevista à imprensa, Guterres pediu a libertação imediata das centenas de estudantes que ainda estão sequestradas e prometeu apoio ao governo negeriano no combate ao terrorismo e ao crime organizado.
O grupo extremista Boko Haram, que se opõe à cultura ocidental, teria assumido a autoria dos sequestros. Os 344 estudantes resgatados de Kankara foram encontrados com fome, assustados e com as roupas sujas em uma floresta do estado vizinho de Zamfara, segundo o governo da Nigéria.
Alguns sites de notícias divulgaram um áudio que supostamente era de um membro do Boko Haram comentando sobre o sequestro. “O que aconteceu em Katsina foi feito para promover o Islã e desencorajar práticas não islâmicas, já que a educação ocidental não é o tipo de educação permitido por Alá e seu santo profeta”, dizia a gravação compartilhada no dia 14 de dezembro.
Na região onde aconteceu o sequestro, atuam vários grupos armados de guerrilheiros extremistas. O Boko Haram já assumiu ataques em outros países do noroeste africano, com um total que ultrapassa 30 mil mortes. O grupo atua desde 2009. Cerca de 2 milhões de pessoas já fugiram de suas casas por medo do grupo. Em 2014, o grupo sequestrou 400 meninas em uma escola. Até hoje, metade delas não foi localizada.
O povo preto quer narrar suas histórias Vivemos em um mundo de disputa. Nossa sociedade tem profundas marcas das desigualdades que foram desenhadas ao longo da história. Na atualidade parece que há espaço para debate, a tão falada representatividade está sobre a mesa. Apoie o Alma Preta e nos ajude a continuar contando todas essas histórias. Vamos fazer jornalismo na raça! |